segunda-feira, 1 de março de 2010

a louca decisão de ir para dublin

tá certo. a vontade sempre esteve no meu coração e meus olhos sempre brilharam quando via que a história do mundo poderia me ser contada pela experiência. assim, o mundo pra mim sempre foi produto de deslumbre, curiosidade e felicidade.
europa, como continente velho e rico, cheio de suas línguas, cores, humores e sabores me despertou paixão desde a primeira vista. fui aprender a itália dentro dos livros. o próximo passo foi a frança, pedaços de espanha, bélgica, suíça e tudo que as folhas impressas e a internet me conseguiram ensinar. talvez um pouco menos, aquilo que eu pude e quis aprender.
tudo isso me felicitou, ainda sim não bastou.
a necessidade do idioma inglês e a vontade de experenciar uma vida noutro mundo me fizeram refém por cerca de três anos. calada, o fermento foi fazendo desse desejo um plano silencioso. a oportunidade surgiu como forma de derrota para uns, pois a decisão de largar tudo e correr para uma nova vida na europa surgiu após eu perder um dos meus empregos. _perdi, pensei! logo me acordei na possibilidade da realização desse sonho. _agora é a hora, disse! mãos a obra.
com o acordo entre família, apoio dos pais, irmãos e amigos, e desacordo de outros que temem pela incerteza, decidi, paguei a primeira parcela do pacote e fechei os planos na cabeça. saí do outro emprego (que tarefa difícil), me desliguei dos contratos de moradia e botei tudo à venda.
virginiana é assim. enquanto não sabe o que quer é levada pelo vento, mas quando decide, é ponto final. e que venham as reações ou consequências.
decidi que iria para a irlanda na quinta-feira de carnaval e na sexta-feira já estava com as malas prontas para o carnaval de despedidas (afinal o ano que vem não estarei aqui). no sábado, a música e a cerveja comiam soltas em bonito-ms.
a cabeça ainda a mil³, as decisões ainda não fechadas e a exposição dos meus planos aos amigos da 'portelinha' (amigos do peito com os quais eu moro e deixarei de morar ainda essa semana) após a semana da carne. dias de desligamento, de adeus de mim para dois anos que conquistei marcas de pessoas realmente especiais para a minha vida. foi festa por aqui, foram curiosidades por ali, dor aqui e ali, mas sobretudo redescobri o quanto essas pessoas são e foram importantes para mim. a dor passou. a força deles me leva a cumprir essa tarefa que sempre achei que pudesse ser meu destino.
e agora é assim. de hoje até o tchau geral são seis dias. vou-me embora para uma passárgada distante. meus pais vêm me buscar e me levam até o esperado dia de embarque para dublin. daqui até lá cerca de dois meses e meio, no máximo três. isso porque ainda não fechei a data de embarque.
com o coração apertado deixo amigos e irmãos que me conquistaram e que ganhei, mas o mesmo aperto também me enche de esperanças, planos e vontades ...
aos que ficam, obrigada por terem sido amigos, parceiros, irmãos... estão, um por um, escritos no livro da minha história e marcados no meu coração.



Um comentário:

Angela disse...

Que sentimento estranho... tristeza, alegria, preocupação, ansiedade, "tudo junto e misturado". Quase chorei denovo! tô emotiva hoje...