sexta-feira, 17 de abril de 2009

karamazovi, os kara!

dia 19 de fevereiro tirei o saquinho plástico que recobria o livro 'os irmãos karamazovi', do escritor russo, fiódor dostoiévski. entre mãos, depois de um ano guardado e ainda virgem, uma pequena bíblia de cerca 780 páginas (editora martin claret) de pequenos caracteres com o mínimo de espaçamento entre linhas.
não foi surpresa a densidade daquele tijolinho. em 2007 já havia lido 'crime e castigo', do mesmo autor, e as lembranças e aprendizados de cores pastéis pesadas e odores de penumbra, me incentivaram ao início da nova leitura.
respirei fundo.
fiódor pávlovich abre alas para os personagens de nomes complicados e almas idem e, no decorrer de uma leitura agradabilíssima, os quadros vão se pintando, as partituras vão se construindo e os karamazovi tendo vida e história. os agregados, amigos, estranhos e demais coadjuvantes que, ao menos por algum instante se fazem personagens principais, vão, junto da família masculina karamazovi, emprestando suas histórias para o leitor.
agradabilíssima sim, porém com peso, com densidade, com furor e estômago. a bílis vai tomando gosto de vida e cada ação tomada tem o peso do erro humano e a reflexão de uma espiritualidade superior. 
livro eterno como intenso, livro éter.
as letras, palavras, folhas não se acabam e, dois meses depois, ainda na página 400, a dor, o pecado, a sujeira e o caráter estampados no livro me envolvem num cansaço e familiaridade surpreendentes. ainda não cheguei no famoso parricídio e já me vale a pena.
assim que o livro morrer, o enterro.

aqui 'os irmãos karamazovi' em versão mais chique que a minha, em reais mais altos também, mas vale investir. http://www.americanas.com.br/AcomProd/1472/2618968


curiosa ilustração abaixo
notas de dostoiévski para o capítulo 5 da obra - fonte: wikipédia




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