terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

efêmero tempo

quase nove meses de irlanda. uma gestação. um parto. uma vida. na maior da verdade tudo isso e muito mais. uma gestação, muitos partindo e muitos chegando, vários adeus doloridos e vários esboços de sorrisos no primeiro 'olá', muitas novas pessoas, almas e peles. e se eu pudesse escrever com tinta em mim mesma as tantas histórias e experiências daqui, estes nove meses já me deixariam rabiscada o suficiente para não se ver sequer um pedacinho cor de pele de mim [#budaspeste-chicobuarque].
tempo suficiente para eu ser a maior, ter o melhor, enxergar ao mais longo caminho, sentir o mais intenso, saber de verdades, ter certezas exatas [sim, 'certezas exatas'] sobre cursos e passos percorridos e a serem percorridos. distância idem para dizer o que deve ser dito, estar presente mesmo que ausente, gargalhar enquanto algumas lágrimas caem e o peito dói de alegria e tristeza no mesmo exato instante.
nove meses que me fazer querer dezoito, duas gestações. mais vidas, mais calor. mais gente, mais palavras, mais verde. multiplico meu hoje por dois e é o que quero. maio é pouco, é frio, perto. fico por mais um instante que perdura por este ano até ter meu corpo completamente coberto por minhas vontades e sabores e apressado para abraçar o que é meu, mas não sou eu.

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